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Foto do escritorRodrigo Guerón

Maurizio Lazzarato critica duramente o conceito de biopolítica, criado por Foucault.


No vídeo acima, vemos Maurizio Lazzarato (a partir de 18'13'') fazendo uma crítica dura -- e para mim um pouco surpreendente -- ao conceito de biopolítica e biopoder em Foucault e propondo, simplesmente, que o abandonemos.

Da minha parte, concordo de uma forma geral com a crítica, que tem a ver com uma concepção do poder que não levaria em conta a biopolítica como uma operação do capitalismo em termos de expropriação e violência de classe, mas mantenho o uso do conceito. Faço isso porque creio que ele expressa a descrição de um conjunto de procedimentos que, uma vez visto como uma operação de poder típica do capital, é decisivo para compreendermos a forma de operação e de expansão do capitalismo. Façamos como Mbembe, expropriemos os termos, os conceitos como quem rouba armas. O Camaronense, inclusive, como que interpela Foucault, perguntando porque ele não teria percebido que o biopoder estava, antes, na escravidão dos africanos nas Américas e no Caribe e no neocolonialismo. Essa operação de Mbembe, inclusive, foi decisiva para que eu pudesse relacionar, no segundo texto do "Vingança dos Capatazes" (o bolsonarismo como um tipo de fascismo) escravismo e fascismo. E nesse ponto, volto a ficar próximo de algo que Lazzarato ressalta na sua fala acima, a saber, que a máquina produtiva capitalista funciona ao mesmo tempo como máquina destrutiva. O capitalismo é a única relação social de produção que a contra-produção (a destruição, a morte) acontece no coração mesmo da sua máquina produtiva... Por isso que afirmamos sempre que ele cria uma economia-política da violência e da morte: um "mercado", um setor inteiro da economia, uma forma de vida, uma máquina de produção de subjetividades.

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