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"Eu diria que não se trata de entender o fascismo pelo formato que ele ganha em determinado momento histórico, especialmente quando alcança o Estado, mas sim por aquilo que se move socialmente antes que ele adquira este ou aquele formato historicamente mais específico. Em outras palavras, entendemos o fascismo como algo que se dissemina socialmente: intensifica-se, mobiliza-se, espalha-se até ganhar uma nova organicidade, para então, de uma forma ou de outra, aspirar e chegar ao Estado, o que pode acontecer ou não, e em gradações diferentes. Trata-se, quando isso acontece, de uma espécie de “volta ao Estado” para reconfigurá-lo. E falamos em “volta” exatamente porque o fascismo tem a ver com algo que surge nos órgãos de repressão do Estado, mas escapa, parcialmente que seja, ao controle destes, até adquirir estas novas formas orgânicas que tendem a aspirar a alguma forma de ocupação do Estado.
(...)
E se ele (o fascismo) é “histórico” é menos pelas especificidades do que houve na
Alemanha ou na Itália nos anos 1930 e 1940, e mais porque é típico do capitalismo nesse sentido."
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